Carrego em mim todas as marcas de lágrima;
cicatrizado em mim ficou a surra da impunidade.
Quando percebo,estou despido de dignidade.
Quando olho no espelho enxergo refletido os olhos daqueles que apanham da omissão.
A palavra repetida se tornou verdade mesmo não sendo verdadeira.
Acreditei que podia fazer diferente mas me deixei corromper.
O que eu sou?
"Rainha do enxame ou rabo de leão?!"
Minhas idealizações e sonhos agora cabem numa caixa de sapato.
Quando abri os olhos,vi que o mundo é bem maior que a minha janela.
Vi que o mundo é mais cruel que ficar de castigo sem ver tv.
Vi que o mundo não é tão belo quanto as "estórias que nos contam na cama antes da gente dormir".
Vi que a mesquinharia é tão maior quanto a grandeza!
Percebi que quero morrer pra sair daqui.
Que não quero mais brincar de conhecer o mundo.
Pq ele também não me conhece.
Se conhecesse me trataria com mais carinho.
Não seria tão áspero,tão bruto,tão vil.
"Edmundo não seria só uma rima" mas seria algo a mais.
Pq haveria algo a mais.
E ele continua tão grande e tão prepotente,que chego a não conseguir encontrar...
O que eu estava procurando,hein?
E quando eu me vi,
quando eu me achei...
Eu me perdi.
Não tenho mais sonhos tão pequenos
daqueles que cabem na caixa de sapato.
Não tenho mais sonhos.
Aqui fora, no mundo, não é permitido sonhar.
Fantástico!
Lindo!
Perfeito!
"...Não é permitido sonhar."
Lindo texto, mãe!
Amo oq vc escreve!