E se me achar enfática,
perdoa.
É que não sei sofrer pela metade.
Não sei amar pela metade.
E pela metade, também, não sei viver.
E se não me aceitar, vou te entender. É que muitas vezes nem eu me aceito.
E se não respeitar, calma lá que aí já é demais!
Galguei muito pra chegar até aqui. Rebolei muito minhas cadeiras pra ser quem sou
e dei muito tapa na minha própria cara pra me fazer acordar e realizar.
Realizar o que agora você vê a sua frente!
E se ainda assim, você não me aceitar mas me quiser: boa sorte!
Garanto que monotonia vai ser algo fora do nosso vocabulário.
E se eu for muito intensa, não se espante! É que bebo até a última gota.
Mergulho fundo no meu desejo e sempre dou conta do recado.
E se me achar prepotente...
Certamente é porque ainda não me conhece.
"Te olho nos olhos e você reclama
Que te olho muito profundamente.
Desculpa,
Tudo que vivi foi profundamente.
Eu te ensinei quem sou
E você foi me tirando
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem,
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade
De me inventar de novo.
Desculpa...se te olho profundamente,
Rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais
Nos seus traços.
A ponto de ver a estrada
Muito antes dos seus passos.
Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim;
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente."
[Ana Carolina fazendo de um comentário um post... Densidade sempre!]